Para aqueles que não conseguem dormir não há melhor forma de esquecer as preocupações de um dia de trabalho do que um copo de whisky à noite, especialmente para os mais idosos que, por vezes, reagem mal aos sedativos. Assim, não só tem um efeito soporífero como também é um excelente tranquilizante permitindo que as preocupações profissionais e familiares sejam esquecidas antes de ir dormir. Adapta-se bem ao conceito "Higiene do sono" considerado, nos melhores círculos médicos, como um regime tranquilizante que pode ser seguido para assegurar uma boa noite de sono. Também utilizado como anestésico, o whisky foi, durante muitos anos, usado pelos médicos cirurgiões durante as operações para manter os pacientes quietos enquanto estas decorriam. Derramado em feridas agia, também, como um desinfectante.
As propriedades saudáveis do álcool, quando tomado em moderação, são conhecidas muito antes do tempo de Hipócrates. Embora as virtudes do vinho e da cerveja fossem habitualmente cantadas nas odes antigas, a destilação do álcool para fazer "Spirits" foi descoberta muitas centenas de anos depois e a prova disso é que os antigos Egípcios não eram adversos a uma gota deste "forte assunto".
A suposição de que o consumo moderado de álcool permite uma vida mais longa e mais feliz manteve-se inalterável até à cem anos atrás. Com a revolução industrial e a convulsão social houve um aumento excessivo de consumo de álcool e, como tal, surge a sua condenação considerando o álcool como um malefício para a saúde o que é largamente injustificado.
O movimento anti-álcool na medicina ganhou lugar no ano 1950, em parte como resposta aos prejuízos que foram causados pela lei da Proibição nos Estados Unidos entre 1920 e 1930. Ironicamente só quando os médicos britânicos começaram a seguir os seus colegas americanos é que a Europa começou a estudar os seus efeitos, concluindo o que maioria das pessoas já sabia: uma dose normal de álcool por dia diminui a probabilidade de morte por ataque cardíaco, assim como outras doenças e que poderia prolongar as nossas vidas tornando-nos mais inteligentes e sociaveis.
Nos anos 1950/60, várias pesquisas mostraram que um doente com cirrose no fígado tinha tendência a ter um sistema cardiovascular mais saudável do que aqueles em que o fígado era saudável. A questão que se colocava era qual seria o estado do coração e das artérias dos bebedores que nunca tinham bebido ao ponto de lhes prejudicar o fígado. Provou-se ainda que mesmo o grande bebedor tinha uma hipótese em cinco de desenvolver uma cirrose.
A fruta, os vegetais, o vinho e o chá são fontes bem sabidas de antioxidantes porque são capazes de neutralizar a acção oxidante de uma molécula instável - conhecida por radical livre - sem perder a sua própria estabilidade electroquímica. Um estudo relatado pelo jornal europeu Nutrition clínique (1998) referia que o whisky de malte envelhecido impulsiona significativamente os níveis fenólicos ou antioxidantes no sangue. O relatório concluiu que o consumo do whisky aumenta o índice total de polifenóis e a capacidade antioxidante do plasma e o consumo moderado do álcool pode reduzir o risco de desenvolvimento de doença cardiaca.
Uma notícia bem recebida foi o facto de o whisky estar associado á diminuição de incidência na doença de Alzheimer. Embora esta realidade fosse dificil de aceitar, pesquisas efectuadas por médicos especialistas em França, Austrália e Escandinávia vieram confirmar as investigações americanas originais sobre o tema. Os estudos australianos vieram mesmo mostrar que, entre irmãos, aqueles que beberam álcool durante a sua mocidade apresentavam maior resistência cardiovascular e menor demência que os que não beberam nada, mesmo entre gémeos.
Será que as mulheres deveriam beber álcool?(Claro que Sim) É sabido que o consumo de álcool por mulheres durante a gravidez torna-se preocupante. As mulheres não têm um sistema metabólico eficaz para lidar com o álcool - têm menor quantidade de álcool desidrogenase - e, por isso, aborvem-no mais rapidamente. Porém, se beberem sabiamente e como, em média, só bebem dois terços do que os homens consomem, então, provávelmente elas terão uma maior esperança de vida e resistem por mais tempo a quase todas as doenças. A única excepção é a doença de peito mas até mesmo essa já está a ser estudada.
Uma pesquisa efectuada por grupos americanos mostraram que o maior benefício para o coração do consumo moderado de whisky, num qualquer grupo de pessoas, é para as mulheres.
A dúvida sobre qual será a melhor bebida para a saúde é bastante antiga. A verdade é que todo o tipo de álcool é bom para a maioria das pessoas quando consumido em moderação. Embora todo o álcool seja bom em quantidades suficientes, muitas não contêm polifenóis na sua constituição e, como foi referido anteriormente, estes atuam como antioxidantes no sangue apresentando resultados benéficos nas nossas artérias e, alguns deles, chegam mesmo a ter propriedades anti-cancerígenas. Esta última pode justificar o fato de os consumidores muito moderados de álcool apresentarem uma baixa incidência de alguns tipos de câncer, embora aqueles que consomem em excesso têm uma probabilidade fortemente aumentada a esta doença maligna.
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