terça-feira, julho 20, 2004


Tom Jobim ,Vinicius de Moraes e seu Whisky Posted by Hello

As Mulheres e o Whisky

  Você provavelmente considera impensável aceitar uma mulher como uma apreciadora de whisky. Como se comportará? Como pode ser caracterizada? Mas o facto é que se você não consegue aceitar, então está a ser simplesmente muito rígido. A mulher e o whisky nunca estiveram muito distantes. Poderá perguntar a si mesmo o que é que as fascinará no whisky? O escocês que anda a passo lento por vales nublados com um kilt? Os blues da América meridional que talvez por cansaço tripulam e possuem uma voz grave que só pode ter sido criado por tabaco áspero e whisky? O septuagenário mal-humorado que desfruta um copinho diário na sua poltrona de couro com um labrador fiel a seus pés? Enfim....
  A mulher e o whisky existem lado a lado, embora pouco aceitável aos olhos do povo. Talvez por isso, o whisky sempre foi a ferramenta de um homem de estado, inevitavelmente, tornou-se, pela maioria, um símbolo machista. Mas este esterótipo não desencoraja as mulheres.
  Ann Miller está na International Brand Ambassador for Campbell Distillers e, como tal, gasta o seu tempo em viagens pelo mundo a promover as marcas de Campbell; em última instância, uma mulher no lugar de um homem. Ann acredita que o mundo está a mudar. "Antigamente, nós tinhamos uma imagem que em termos de consumo este era mais masculino do que feminino.O consumidor típico e as ocasiões de quando o whisky podia ser consumido estavam associadas a profissões mais masculinas do que femininas. Felizmente, isso está a mudar e, consequentemente, os padrões de consumo também".
  Que melhor bebida alcoólica para marcar as mulheres num mundo supostamente masculino, que uma gota de bebida forte? Entre as entusiastas de whisky está a bonita Julia Roberts que provou ser uma das actrizes mais fortes e consistentes de Hollywood nos tempos modernos.
  Assim, as mulheres são de todo muito diferentes em carácter, com uma notável e consistente confiança, identidade, independência e controle. E já com uma faixa acreditável de mulheres a beber, a desfrutar e a afirmar o seu domínio com o whisky, que esquecemos o principal obstáculo mítico da bebida.
  Ann Miller da Campbell Distillers: " Ocasionalmente, nas minhas viagens encontrei homens a dizer "está fora de questão juntar água ao whisky" ou simplesmente " você nem sonhe em juntar um cubo de gelo". Os homens têm ideias muito fixas, enquanto as mulheres são mais receptivas e mais interessadas no assunto."
  O whisky é uma bebida macerada na história, uma herança estabelecida com muitas tradições, práticas e regras. Sibh Megbson, Marketing Manager de Scotch Malt Whisky Society, refere: "Absolutamente. Os produtores estão terrificados por perder o "caroço" do Mercado. Quando é tradicionalmente apontada como uma bebida de homens, as destilarias ficam assustadas de mudar e fazer uma coisa muito radical. Eles não vão comercializar numa garrafa de pescoço alto, elegante e posicionar isso para as mulheres."
  "Mas mesmo que o whisky não se posicione para a mulher, esta parece estar a revelar-se como sua séria apreciadora". O próprio Sibh é o único elemento masculino da administração forte de SMWS. As provas, a selecção e a comercialização são unicamente vigiadas por mulheres. Ann Miller: "Eu penso que o que é interessante é que as mulheres podem ser muito boas a apreciar os melhores whiskies. As mulheres têm o olfacto muito bem afinado, obviamente porque frequentemente são as mulheres que cozinham, elas usam-no com perfume, com crianças, combinado com todos os outros papéis que elas fazem. Tornam-se mais confiantes que os homens".
  Não só podemos dizer que as mulheres são bastante capazes de desfrutar um whisky como também podemos assumir que elas poderiam ser até bem melhores que os homens nessa apreciação. O problema aqui é que muitas mulheres nunca serão consideradas como tal, a não ser que haja uma mudança de atitude. "Eu penso que as pessoas estão certamente atentas à imagem que muitas vezes está relacionada a um habitual whisky drinker e isso não é muito feminino, pois não? questiona Sibh. "Mas se as pessoas começassem a aplicar o idioma de vinho no whisky isso tornar-se-ia mais acessível" acrescenta.
  Pode haver algum tipo de estereótipo na cultura de whisky que fique imaculado à preocupação da mulher, mas não se pode negar que o whisky está mais acessível do que antes. Especialmente devido ao perfil trazido pelos referidos grupos fortes e prósperos de mulheres, mas será que foi a imagem do whisky que foi revisada ou a imagem das mulheres? "Eu penso que houve uma mudança subtil em ambos" considera Ann Miller. "Houve grandes mudanças na imagem da mulher nos últimos 10 a 20 anos. Elas puderam avançar com maior confiança nas suas carreiras e estão a começar a beber e a desfrutar de coisas que tradicionalmente só o homem desfrutaria.   Para além disso, o whisky também mudou ligeiramente nos últimos anos e isso revela-se nos testemunhos de crescimento do fenómeno Single Malte na Europa, Reino Unido e América do Norte" acrescenta.
 O fato é que você pode encontrar whisky drinkers femininos em todos os lugares onde você só esperaria encontrar drinkers masculinos.

Cérebro dos Homens Posted by Hello

domingo, julho 18, 2004

Whisky e Fígado

  Para aqueles que não conseguem dormir não há melhor forma de esquecer as preocupações de um dia de trabalho do que um copo de whisky à noite, especialmente para os mais idosos que, por vezes, reagem mal aos sedativos. Assim, não só tem um efeito soporífero como também é um excelente tranquilizante permitindo que as preocupações profissionais e familiares sejam esquecidas antes de ir dormir. Adapta-se bem ao conceito "Higiene do sono" considerado, nos melhores círculos médicos, como um regime tranquilizante que pode ser seguido para assegurar uma boa noite de sono. Também utilizado como anestésico, o whisky foi, durante muitos anos, usado pelos médicos cirurgiões durante as operações para manter os pacientes quietos enquanto estas decorriam. Derramado em feridas agia, também, como um desinfectante.
  As propriedades saudáveis do álcool, quando tomado em moderação, são conhecidas muito antes do tempo de Hipócrates. Embora as virtudes do vinho e da cerveja fossem habitualmente cantadas nas odes antigas, a destilação do álcool para fazer "Spirits" foi descoberta muitas centenas de anos depois e a prova disso é que os antigos Egípcios não eram adversos a uma gota deste "forte assunto".
  A suposição de que o consumo moderado de álcool permite uma vida mais longa e mais feliz manteve-se inalterável até à cem anos atrás. Com a revolução industrial e a convulsão social houve um aumento excessivo de consumo de álcool e, como tal, surge a sua condenação considerando o álcool como um malefício para a saúde o que é largamente injustificado.
  O movimento anti-álcool na medicina ganhou lugar no ano 1950, em parte como resposta aos prejuízos que foram causados pela lei da Proibição nos Estados Unidos entre 1920 e 1930.  Ironicamente só quando os médicos britânicos começaram a seguir os seus colegas americanos é que a Europa começou a estudar os seus efeitos, concluindo o que maioria das pessoas já sabia: uma dose normal de álcool por dia diminui a probabilidade de morte por ataque cardíaco, assim como outras doenças e que poderia prolongar as nossas vidas tornando-nos mais inteligentes e sociaveis.
  Nos anos 1950/60, várias pesquisas mostraram que um doente com cirrose no fígado tinha tendência a ter um sistema cardiovascular mais saudável do que aqueles em que o fígado era saudável. A questão que se colocava era qual seria o estado do coração e das artérias dos bebedores que nunca tinham bebido ao ponto de lhes prejudicar o fígado. Provou-se ainda que mesmo o grande bebedor tinha uma hipótese em cinco de desenvolver uma cirrose.
  A fruta, os vegetais, o vinho e o chá são fontes bem sabidas de antioxidantes porque são capazes de neutralizar a acção oxidante de uma molécula instável - conhecida por radical livre - sem perder a sua própria estabilidade electroquímica. Um estudo relatado pelo jornal europeu Nutrition clínique (1998) referia que o whisky de malte envelhecido impulsiona significativamente os níveis fenólicos ou antioxidantes no sangue. O relatório concluiu que o consumo do whisky aumenta o índice total de polifenóis e a capacidade antioxidante do plasma e o consumo moderado do álcool pode reduzir o risco de desenvolvimento de doença cardiaca.
  Uma notícia bem recebida foi o facto de o whisky estar associado á diminuição de incidência na doença de Alzheimer. Embora esta realidade fosse dificil de aceitar, pesquisas efectuadas por médicos especialistas em França, Austrália e Escandinávia vieram confirmar as investigações americanas originais sobre o tema. Os estudos australianos vieram mesmo mostrar que, entre irmãos, aqueles que beberam álcool durante a sua mocidade apresentavam maior resistência cardiovascular e menor demência que os que não beberam nada, mesmo entre gémeos.
  Será que as mulheres deveriam beber álcool?(Claro que Sim) É sabido que o consumo de álcool por mulheres durante a gravidez torna-se preocupante. As mulheres não têm um sistema metabólico eficaz para lidar com o álcool - têm menor quantidade de álcool desidrogenase - e, por isso, aborvem-no mais rapidamente. Porém, se beberem sabiamente e como, em média, só bebem dois terços do que os homens consomem, então, provávelmente elas terão uma maior esperança de vida e resistem por mais tempo a quase todas as doenças. A única excepção é a doença de peito mas até mesmo essa já está a ser estudada.
  Uma pesquisa efectuada por grupos americanos mostraram que o maior benefício para o coração do consumo moderado de whisky, num qualquer grupo de pessoas, é para as mulheres.
  A dúvida sobre qual será a melhor bebida para a saúde é bastante antiga. A verdade é que todo o tipo de álcool é bom para a maioria das pessoas quando consumido em moderação. Embora todo o álcool seja bom em quantidades suficientes, muitas não contêm polifenóis na sua constituição e, como foi referido anteriormente, estes atuam como antioxidantes no sangue apresentando resultados benéficos nas nossas artérias e, alguns deles, chegam mesmo a ter propriedades anti-cancerígenas. Esta última pode justificar o fato de os consumidores muito moderados de álcool apresentarem uma baixa incidência de alguns tipos de câncer, embora aqueles que consomem em excesso têm uma probabilidade fortemente aumentada a esta doença maligna.



sábado, julho 17, 2004


Johnnie Walker tasting note. Posted by Hello

Para viver um grande amor - Vinicius de Moraes

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.
Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.
É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.

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