Você provavelmente considera impensável aceitar uma mulher como uma apreciadora de whisky. Como se comportará? Como pode ser caracterizada? Mas o facto é que se você não consegue aceitar, então está a ser simplesmente muito rígido. A mulher e o whisky nunca estiveram muito distantes. Poderá perguntar a si mesmo o que é que as fascinará no whisky? O escocês que anda a passo lento por vales nublados com um kilt? Os blues da América meridional que talvez por cansaço tripulam e possuem uma voz grave que só pode ter sido criado por tabaco áspero e whisky? O septuagenário mal-humorado que desfruta um copinho diário na sua poltrona de couro com um labrador fiel a seus pés? Enfim....
A mulher e o whisky existem lado a lado, embora pouco aceitável aos olhos do povo. Talvez por isso, o whisky sempre foi a ferramenta de um homem de estado, inevitavelmente, tornou-se, pela maioria, um símbolo machista. Mas este esterótipo não desencoraja as mulheres.
Ann Miller está na International Brand Ambassador for Campbell Distillers e, como tal, gasta o seu tempo em viagens pelo mundo a promover as marcas de Campbell; em última instância, uma mulher no lugar de um homem. Ann acredita que o mundo está a mudar. "Antigamente, nós tinhamos uma imagem que em termos de consumo este era mais masculino do que feminino.O consumidor típico e as ocasiões de quando o whisky podia ser consumido estavam associadas a profissões mais masculinas do que femininas. Felizmente, isso está a mudar e, consequentemente, os padrões de consumo também".
Que melhor bebida alcoólica para marcar as mulheres num mundo supostamente masculino, que uma gota de bebida forte? Entre as entusiastas de whisky está a bonita Julia Roberts que provou ser uma das actrizes mais fortes e consistentes de Hollywood nos tempos modernos.
Assim, as mulheres são de todo muito diferentes em carácter, com uma notável e consistente confiança, identidade, independência e controle. E já com uma faixa acreditável de mulheres a beber, a desfrutar e a afirmar o seu domínio com o whisky, que esquecemos o principal obstáculo mítico da bebida.
Ann Miller da Campbell Distillers: " Ocasionalmente, nas minhas viagens encontrei homens a dizer "está fora de questão juntar água ao whisky" ou simplesmente " você nem sonhe em juntar um cubo de gelo". Os homens têm ideias muito fixas, enquanto as mulheres são mais receptivas e mais interessadas no assunto."
O whisky é uma bebida macerada na história, uma herança estabelecida com muitas tradições, práticas e regras. Sibh Megbson, Marketing Manager de Scotch Malt Whisky Society, refere: "Absolutamente. Os produtores estão terrificados por perder o "caroço" do Mercado. Quando é tradicionalmente apontada como uma bebida de homens, as destilarias ficam assustadas de mudar e fazer uma coisa muito radical. Eles não vão comercializar numa garrafa de pescoço alto, elegante e posicionar isso para as mulheres."
"Mas mesmo que o whisky não se posicione para a mulher, esta parece estar a revelar-se como sua séria apreciadora". O próprio Sibh é o único elemento masculino da administração forte de SMWS. As provas, a selecção e a comercialização são unicamente vigiadas por mulheres. Ann Miller: "Eu penso que o que é interessante é que as mulheres podem ser muito boas a apreciar os melhores whiskies. As mulheres têm o olfacto muito bem afinado, obviamente porque frequentemente são as mulheres que cozinham, elas usam-no com perfume, com crianças, combinado com todos os outros papéis que elas fazem. Tornam-se mais confiantes que os homens".
Não só podemos dizer que as mulheres são bastante capazes de desfrutar um whisky como também podemos assumir que elas poderiam ser até bem melhores que os homens nessa apreciação. O problema aqui é que muitas mulheres nunca serão consideradas como tal, a não ser que haja uma mudança de atitude. "Eu penso que as pessoas estão certamente atentas à imagem que muitas vezes está relacionada a um habitual whisky drinker e isso não é muito feminino, pois não? questiona Sibh. "Mas se as pessoas começassem a aplicar o idioma de vinho no whisky isso tornar-se-ia mais acessível" acrescenta.
Pode haver algum tipo de estereótipo na cultura de whisky que fique imaculado à preocupação da mulher, mas não se pode negar que o whisky está mais acessível do que antes. Especialmente devido ao perfil trazido pelos referidos grupos fortes e prósperos de mulheres, mas será que foi a imagem do whisky que foi revisada ou a imagem das mulheres? "Eu penso que houve uma mudança subtil em ambos" considera Ann Miller. "Houve grandes mudanças na imagem da mulher nos últimos 10 a 20 anos. Elas puderam avançar com maior confiança nas suas carreiras e estão a começar a beber e a desfrutar de coisas que tradicionalmente só o homem desfrutaria. Para além disso, o whisky também mudou ligeiramente nos últimos anos e isso revela-se nos testemunhos de crescimento do fenómeno Single Malte na Europa, Reino Unido e América do Norte" acrescenta.
O fato é que você pode encontrar whisky drinkers femininos em todos os lugares onde você só esperaria encontrar drinkers masculinos.